Mensagens ao Coração

terça-feira, 27 de abril de 2010

Pies para que los quiero, si tengo alas pa’ volar. (Frida Kahlo)


sábado, 27 de junho de 2009

Esquadros

"Eu ando pelo mundo pretando atenção em cores que eu não sei o nome, cores de Almodóvar, cores de Frida Khalo, cores...."

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Cântico Negro

Cântico negro
José Régio
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! S
ó vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foiS
ó para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...I
de! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!T
odos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vouS
ei que não vou por aí!
José Régio, pseudônimo literário de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde em 1901. Licenciado em Letras em Coimbra, ensinou durante mais de 30 anos no Liceu de Portalegre. Foi um dos fundadores da revista "Presença", e o seu principal animador. Romancista, dramaturgo, ensaísta e crítico, foi, no entanto, como poeta. que primeiramente se impôs e a mais larga audiência depois atingiu. Com o livro de estréia — "Poemas de Deus e do Diabo" (1925) — apresentou quase todo o elenco dos temas que viria a desenvolver nas obras posteriores: os conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade, a consciência da frustração de todo o amor humano, o orgulhoso recurso à solidão, a problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a si mesmos.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Amigos






Loucos e Santos
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Gostar




"Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, dou risada do ridículo e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivo.

Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele.

Sou inconstante e talvez imprevisível.

Não gosto de rotina.

Eu amo de verdade aqueles pra quem eu digo isso, e me irrito de forma inexplicável quando não botam fé nas minhas palavras.

Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo.

São poucas as pessoas pra quem eu me explico..."

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Epitáfio - Composição de Sérgio Brito

Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...
Queria ter aceitadoAs pessoas como elas são
Cada um sabe alegria
E a dor que traz no coração...
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...
Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier...
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr...

domingo, 2 de novembro de 2008

Meu Pai - 10 anos de saudade


Hoje fazem exatamente 10 anos que Deus chamou meu pai para junto Dele. Ele não era uma pessoa de muito falar, acho que nunca tivemos uma conversa "de pai para filho", mas sabia que ele nos amava e nos queria bem, seus últimos 18 anos de vida foram de muito sofrimento, pois contraiu uma doença renal e isto o obrigava a pelo menos 3 vezes por semana submeter-se a sessões de hemodiálise, mas isto não tirava a sua alegria de viver, era bem humorado, amigo dos seus poucos e fiéis amigos que restaram depois da sua doença.

Naquela tarde de feriado ele começou a sentir uma indisposição e logo depois começou a sentir dificuldade em respirar, socorremos imediatamente, e nunca vou me esquecer do seu olhar para mim, pois eu o estive amparando todo o tempo e o acompanhei até a sala da emergência do pronto-socorro, vendo o esforço dos médicos para reanimá-lo, mas infelizmente não conseguiram.

Deus o queria ao Seu lado!!!!

Foi um dia muito triste para todos nós, mas ele deixou muito boas lembranças: os sábados pela manhã em que ele chegava do trabalho carregado de chocolates de todas as espécies para mim, minha irmã Cláudia e minha mãe, nunca saía de casa para trabalhar sem nos dar um beijo na testa e ir a casa de minha avó para pedir a benção. A família para ele estava em primeiro lugar e nisto acho que sou bem parecido com ele.

Era um homem que gostava de ver nossa casa repleta de amigos.

São 10 anos de muita saudade e ele sabe a falta que nos faz.

Obrigado pai, pelo seu carinho, amor e dedicação total a sua família!!!!!!